Dias cinzas, que te fazem transbordar na sintonia da realidade inventada. Dias cinzas, que contam histórias e revivem passados que foram deixados para trás. Dias cinzas, que contaminam os ouvidos com poemas e músicas que declamam a solidão diante da dor. Dias cinzas pra "viver" de preguiça, e "morrer" de amor. Dias cinzas para as manhãs suaves e tardes cinzas, que absorvem cada pedacinho da pétala da flor. Dias cinzas, que se declaram sem temor. 

E é com esse meu singelo poeminha de caber no colo de qualquer passarinho que quer voar, qu'eu trago aqui um pouquinho do que é o bem querer. Versos repletos de perguntas que nunca se calam são exemplos fiéis de perguntas que se sobrepõem sem se resolver. Como aquelas do tipo: O que seria do mundo sem a poesia? O que seria dos poetas sem os seus versos? O que seria dos músicos sem a nobre melancolia, que atrai e intriga, muita gente por ai? O que seria dos sonhos, sem a realidade? O que seria do homem beija-flor se um dia impedissem ele de beijar? Ok ok, essa última é brincadeirinha, mas o que seria?

São tantas as perguntas com tão poucas respostas que fica difícil distinguir o certo do errado. Mas, uma coisa é certa: o mundo não viveria sem amor. E todos aqueles que um dia, não entraram na dança da vida: dançaram. E aqueles que não dançaram, não souberam dizer: o que seria deles sem cl'amor.


Mais difícil de lembrar, é tentar esquecer. Ás vezes o esquecimento que te falta quando a coragem te sobra, te trazem de volta lembranças que se repelem e se aclamam - ou simplesmente, se despedem sem temor. O encanto de descobrir algo novo e encontrar pedaços que te ligam em versos; sempre nós surpreendem. Palavras que nos combinam e nos revelam com um filtro de vontades chamado receio, nos fazem transcrever a realidade voltada de dentro de si.
Dias cinzas "simples-ficam" quando toda à solidão vai embora. Dias cinzas em que meus olhos se encontram inchados nas olheiras que tentam me enlouquecer. Muitas vezes algumas são mudas, muitas vezes são claras - ou escuras. Tão claras que me calam - quando não preciso calar - e quando não preciso ouvir. São elas que me adormecem sem sono - e nos sonhos, me perseguem desde a esquina da rua à lua que deixei longe de ti.

Ah, doce poesia. O que seria dos dias cinzas sem ti? O que seria, de mim?
Doce Jan Felipe, que com seus versos me encantaram até em francês desde a primeira vez que presenciei o seu timbre de voz aguçado dentro de mim. Quelques Souvenirs (algumas lembranças) simplesmente m'emocionam ao som da melodia representada por ti. Melodia que não só se escuta, mas que também se sente.



SILVA aplaudido pela crítica brasileira - e aplaudido de pé, por mim também. O que seria do Silva sem o seu piano? O que seria? Não seria triste, e muito menos deplorável. Seria encantador, porque somente com o timbre da sua voz meu corpo dança desde o dedinho do pé, até o último fio de cabelo. Complètement belle Silva. ♥



O que seria dos amores passados e da arte de esquecer, sem a Clarice Falcão? Em suas letras ácidas que atraem, intrigam e encantam muita gente - com melodias ensurdecedoras que calam a voz da solidão. Clarice retrata o bom humor e a belíssima forma de amar - e ser amado - em melodias docemente cantadas em grande parte de suas canções. Algumas representam amores não resolvidos, embalados por um típico drama de um romance. E o resultado de toda essa complicação, são músicas como "De Todos os Loucos do Mundo", onde o belo som do saxofone transborda serenidade pelos ouvidos. O que seria da arte de "deixar pra lá" sem a Clarice Falcão?



Quando a chuva que derrama dos olhos decide dar uma trégua, Cícero entra como uma barreira impedindo a água transbordar. Expondo com tamanha sinceridade o modo de como é bom amar e ser amado. Cícero destaca temas pessoais vividos e revividos por muita gente. Observações do cotidiano, e banalidades sutis que se encaixam perfeitamente nas letras das suas músicas - músicas agradáveis de se ouvir. Composições inspiradas em amores passados são pontos crucias nas músicas do artista. Em uma delas que por sinal é a minha preferida, ele se questiona onde está o amor, e quando ele há de vir. Ah belo Cícero..o que seria de mim, sem ti?



Quando os dias cinzas decidem se encontrar em meio aos meus pensamentos - as melodias das músicas transbordam em meu corpo. Eu poderia dizer que a música nos leva à outro mundo; mas não, não é a música, somos nós mesmos. Não somos responsáveis pelo que cativamos, ou pelos laços que criam conosco, somos responsáveis por se deixar cativar e dar demasiada importância.

Acontece que postumamente, é mais fácil atribuir a outrem a culpa de nossas tristezas do que a nós mesmos. E a música entra como um muro entre essa indecisão. Entra pra descobrir que somos capazes de ir muita além daquilo que imaginamos. Entra pra fazer-nos entender que pensar que as coisas são difíceis, é o que as torna difíceis.
Nossas emoções, não são causas apenas de nosso estado considerando estarmos bem ou mal psicologicamente, mas também são fatores químicos e biológicos de nossos corpos. Á música "toca" a emoção e nós leva a outra dimensão totalmente inesperada. O real passa a ser algo que nunca existiu, levando consigo todos os dias cinzas da vida. Há tanto que se dizer de dias como esses, que é bem provável que tudo não caiba em uma única palavra. Em noite como essas, a gente não acordar cheia de coisa na cabeça.

Doces dias cinzas - o que seria da melancolia, sem você? O que seria?


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