É obvio que toda mulher já conheceu ou vai conhecer um daqueles caras que te falam frases clichês, como: ‘Se não for com você, não será com ninguém’ (mentira nível 7), ‘Você é a minha vida’ (mentira nível 9) ou ‘Você é perfeita’(mentira imperdoável, nível infinito 6x²). 

É indiscutível: sempre que um lado da sua vida se ajeita, o outro desaba catastroficamente. E foi assim quando eu conheci o Thomas.



Conheci esse ‘ator da vida’ em um curso básico de fotografia. 

Era como se ele já tivesse investigado minha vida toda (ou lido minhas preferências no Facebook). Thomas sabia de primeira que eu amava Sixpence None The Richer e que fantasiava um beijo de amor ao som de ‘Kiss Me’. Brega, mas fazer o que gente? Eu sou essa pessoa brega assumida, muito prazer.

Thomas também sabia que eu adorava comida japonesa e fez questão de me convidar para sair para um restaurante especialista de comida japonesa, de primeira (lógico que na minha mente eu já fantasiava como seriam nossos filhos e nossa casa, cheia de fotografias vintage, crianças correndo pela sala com Ted, o cachorro que sempre tentava estragar o meu tapete favorito). Eu não diria que foi um bom chute, porém BINGO! Thomas estava me encantando.
Procede que estava tudo como eu havia escrito numa crônica aqui certa vez, perfeitamente bem. Thomas e eu éramos as metades da mesma laranja, o roxo e o lilás (complemento belíssimo), o arroz do sushi (eu era o sushi, merecidamente), o molho agridoce do subway (subway eu também, por uma questão platônica), e assim por diante.
Até que um dia, sem mais nem menos, cá estou eu na fila do banco para resolver pendências, porque dinheiro eu não tenho (novidade cadê?).  E, sem querer, encontro uma velha amiga de colegial.

Trocamos elogios (aquela velha troca de palavras falsas, que uma mulher sempre faz quando encontra uma velha conhecida) e começamos a contar o que ocorreu na nossa vida, desde o colegial até agora.
Acontece que ela me relatou que se envolveu com um cara chamado Thomas:  moreno esbelto, amante da fotografia. 
Relatou-me que o havia conhecido em um curso de fotografia. Disse que ela e o cara pareciam perfeitos, um para o outro. Que ele parecia ter o manual de instruções dela, coisa que nem ela mesma tinha.
Concluiu me contando que Thomas era sim perfeito, mas um perfeito imbecil. Ele tinha três relacionamentos e ela era apenas um desses relacionamentos. Acrescentou também que haviam terminado há 2 meses, mas que ele continuava ligando para ela TODOS os dias e que, sem dúvidas, deveria fazer o mesmo com as outras duas.

Falei alguma coisa para ela? Claro que não. Afirmei com um sorriso enorme do rosto:

“Ah querida, tô solteira, o de sempre. Mas antes só, do que mal acompanhada, não é mesmo?”
Ela concordou, sem pestanejar. 
Cheguei em casa transtornada, não sabia o que fazer. Acalmei o juízo e decidi terminar tudo com o Thomas, mas de maneira poética.

Liguei para ele e marquei um encontro em um barzinho onde costumávamos ir, eu adora...ele dizia que adorava também, vai saber, Thomas tinha passado de cara legal para ‘ator da vida’ (coisa que todos somos, mas ele é digno de Oscar).

Chegando lá ele me tratou como uma rainha, pois sou digna mesmo de um reino e ele não estava fazendo mais do que sua obrigação.
Choraminguei e contei uma história completamente artística ao Thomas.
Disse a ele que não podíamos ficar juntos porque o enganei esse tempo todo. Que na verdade eu tenho mais outros dois namorados e tinha que ser sincera com ele: ele era o que eu menos gostava.
(Agora imagina, se eu não consigo lidar nem com um, que dirá com 3)

Thomas ficou desolado, ou fingiu muito bem uma decepção que era inegável em seus olhos. 

Chorou, bateu na mesa e ao fim de tudo agarrou a minha mão e disse: ‘Por favor, fique comigo, de todas que eu tive nenhuma foi que nem você.’
Vocês acham que caí nesse papo? Sim, caí, queridos. Mas Thomas jamais saberá (mas pode ser que ele visite este site diariamente).
Passei por cima dos meus sentimentos e afirmei duramente que não dava, que éramos diferentes demais e que ele ia superar (agora, eu ia superar? Aí já são outros 500).

Nunca mais vi Thomas, mas tenho certeza que ele está por aí disseminando o discurso para 3 ou 4 garotas de que são perfeitas e de que são as mulheres de sua vida. Mas quem sou eu para julgar, né? Foi ele também um dos homens da minha.

Até,
Hanna Liz.


Laryssa Carvalho nunca conheceu nenhum homem chamado Thomas, mas tem certeza que cafajestice está mais ligada ao fato de ser homem, do que ao nome que se tem.
Ela tem certeza que todas nós já ouvimos ou vamos ouvir: “Você é a minha vida!”.

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