Hanna Liz

Se eu quisesse me descrever por inteira eu, certamente, estaria na quinta página do rascunho, com algumas linhas borradas de caneta azul, prestes a amassar tal folha e jogá-la rumo a lixeira  - ou talvez o chão. O interessante é que eu sempre faço o que não quero quando não preciso fazê-lo. Por exemplo, eu sempre acordo cedo nas férias e me pergunto por que diabos o meu corpo resolveu acordar ás 06 da matina, sem tirar nem pôr minutos. Daí me recordo de que no período de aulas eu estou sempre atrasada, sempre correndo, estou sempre reclamando que o tempo passa rápido, que a vida corre e eu nem vejo.

Que a vida corre, é fato, mas que eu não vejo? Não deixa de ser um ato.
Vivo distraída e é nessa distração que me encontro realizada, hora acordando cedo, hora resolvendo equações algébricas, hora pensando em fazer uma faxina no quarto, hora pensando em postar no blog, hora pensando em ninguém e hora pensando em...ninguém.

Interessante que é mais fácil ser ninguém para alguém, do que alguém para alguém. A gente reclama que não somos amados, que somos mesmo feios, que precisamos ganhar ou perder uns quilinhos aqui, acolá, mas nunca nos preocupamos em trabalhar o nosso ninguém para que seja alguém.
Ser alguém requer confiança, determinação e até humor, é terrível ter que treinar a mesma pessoa todo dia, ainda mais quando essa pessoa é você.

Ser você dá trabalho e, como já havia comentado, gasta um rascunho danado. Mas, quando a gente tem garra e distração tudo parece mais fácil. A garra é para lutar pelos sonhos, já a distração é para você não se preocupar, porque a garra resolve tudo.

Agora, voltando ao rascunho, eu acho que posso até ser um texto passado a limpo.